sexta-feira, setembro 08, 2006

Cá dentro


Há um mar que navega em mim. Há uma onda que me empurra na rebentação para ti que dormes irremediavelmente na areia. Há um barco que se afunda frequentemente. Há uma concha que nunca se abre e um cavalo-marinho que queria ser uma sereia e uma sereia que queria ser uma gaivota e uma gaivota que queria ser peixe e um peixe que eu queria ser.
Há um mar que adormece em mim mesmo no Inverno, mesmo quando a nortada me sufoca, há um mar que acorda em mim e é nele que mergulham os sonhos do passado e emergem os sons do futuro.
Há assim em mim um mar, imenso que me ocupa, me arrebata e me deixa pouco espaço para nele desenhar ilhas que me atraiçoem.

3 comentários:

Luis F. Cristóvão disse...

qualquer coisa neste texto me fez sentir bem dentro dele.

onde te vejo?

Urso Polar disse...

há mar e mar, há ir e voltar

Anónimo disse...

Muito bonito.