sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Aviso




"Em todo o caso, tome as suas precauções: precisa de adorar as sereias, mas prenda-se ao navio".


Agostinho da Silva

terça-feira, fevereiro 26, 2008

A pureza de Juno


You're a part time lover and a full time friend
The monkey on you're back is the latest trend
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

I kiss you on the brain in the shadow of a train
I kiss you all starry eyed, my body's swinging from side to side
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Here is the church and here is the steeple
We sure are cute for two ugly people
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

The pebbles forgive me, the trees forgive me
So why can't, you forgive me?
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

I will find my nitch in your car
With my mp3 DVD rumple-packed guitar
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du

Up up down down left right left right B A start
Just because we use cheats doesn't mean we're not smart
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

You are always trying to keep it real
I'm in love with how you feel
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

We both have shiny happy fits of rage
You want more fans, I want more stage
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Don Quixote was a steel driving man.
My name is Adam I'm your biggest fan
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Squinched up your face and did a dance
You shook a little turd out of the bottom of your pants
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du
But you

Visão


Seis da tarde. Fim do Inverno Lisboa a correr. Na esquina daquela rua movimentada, o átrio abandonado de uma antiga repartição pública era sua sala de estar, vista jardim. Mantas coloridas, cartões e um gorro protegem-no do frio, da tristeza protegem-no uma maçã enorme na mão esquerda, um livro de poesia de Blake na mão direita e um sorriso imenso por todas aquelas palavras.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Final feliz


Contrariamente ao esperado acho que era mais moderada quando adolescente. Aprendi que não se deve falar uma lingua que os outros não compreendem, há palavras que devem ser guardadas para quem nos sabe amar. Por isso sou a favor da implosão, da prisão perpétua, da expulsão, do não e do sim, do amor para toda a vida, da rejeição visceral, dos dias ensolarados e dos carregados de tempestade, do branco e do preto. No meio disto está tudo o resto, todos os ses e cinzentos do mundo, aos quais tendo a dar cada vez menos importância. Porque sempre que radicalizo o final é... feliz.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

A malta quer é cientístas para chegarem a estas conclusões.

Neste relatório alarmante da SEDES (saiu nos jornais ditos sérios deste país) no capítulo 4 ,"Criminalidade, insegurança e exageros"podemos encontrar isto:


"Para se ter uma noção objectiva da desproporção entre os riscos que a sociedade enfrenta e o empenho do Estado para os enfrentar, calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau, ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodoviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou.”




Não estou preocupada com as colheres de pau nem com as bolas de berlim, vá, são ambos típicos e cada um faz com eles o que bem entender (espera, agora há a ASAE...) cá dentro do nosso Portugal e depois, se for sua vítima, aguenta-se à bomboca. Já "os similares" deixam-me apreensiva (pode ser a tal bomboca um exemplo?), aliás como todos os conceitos vagos e indeterminados em contexto científico (logo extremamente sério).


Contributo para um guião consistente


Há anos que digo isto mas a verdade é que ainda não vi em nenhum guião (se calhar há razões para isso):
A cena passa-se num quarto de um casal. Ele (é o clássico, as mulheres são muito mais cuidadosas) levou a amante para o “sacrossanto leito conjugal” e estão na pinocada. De repente a mulher traída chega mais cedo a casa, abre a porta do seu quarto e apanha o respectivo com a boca na botija (sendo que botija, neste caso poderia ser muita coisa… e talvez boca também). Ele, na última tentativa de se desculpar, diz aquela frase clássica e estúpida perante o ar surpreendido da esposa: “Querida, isto não é o que parece!”. Aqui vem a inovação: a esposa, rapariga de humor aprimorado e nervos de aço, e diga-se de passagem mortinha por se ver livre dele, pousa a malita no chão, senta-se na banqueta aos pés da cama e diz: “Claro, então explica-me calmamente o que é e o que parece, para ver se concordamos”. O restante guião não envolve nenhuma ménage a trois, é só um diálogo a la W. Allen.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Imprevistos

"Não faço planos para a vida para não atrapalhar os planos que a vida tem para mim".

(Agostinho da Silva)

Passar pelas brasas

Ontem estava sentada no sofá, algures entre as 8 e a 9 da noite ouvi o Ricardo e o Nicolau a dizerem “Boa noite senhor primeiro-ministro” (não escrevo com maiúscula não). Diz que é não sei quê do psicossomático, é sim senhor pois, e então depois destas palavras mágicas adormeci profundamente (não no sentido metafórico) e acordei na parte em que perguntavam se se ia recandidatar para o ano. Foi estrategicamente evasivo. Ainda há esperança…

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

É lindo!


Neste fim-de-semana não fiz muita coisa que jeito tivesse. Entre leituras e ócio em estado puro vi este filme “Pele Misteriosa” - devem conseguir alugar - de um realizador americano chamado Gregg Araki, etiquetado como o Almodovar americano. Frases feitas à parte, o filme conta a história de duas crianças, Neil e Brian, vítimas e sobreviventes, que se reencontram mais tarde para encaixarem as peças de um puzzle de violência e poesia, para descobrirem o sentido das suas fugas desde a infância. Resumidamente e sem floreados: é lindo!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Proibido fazer comentários


Há dias em que não apetece pensar, fazer, dizer, escrever nada de jeito. São dias como hoje em que, no ranking das maravilhas do mundo, sinto-me empatada com o Tonhão.

Uma medida sensata.


segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Cal


É um livro sobre velhos. Contos de velhos alguns cheios de esperança, apaixonados, novos e sábios, outros tristes, inadaptados, inconformados com a condição de serem velhos. Não há lamúrias, nem moral nestes contos e nestes poemas, há pessoas velhas, há o relembrar de que são pessoas em todas as suas dimensões apesar de irem já além dos setenta. São histórias de pessoas simples que vivem simplesmente na sua condição, que sabem muito mas que pouco podem dar. E nós, distraídos leitores, acabamos por receber. Muito. O Peixoto fez-nos esse favor.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Não é costume "postar" o que me enviam, mas este não resisti...


Alevantar - O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.
Amandar - O acto de atirar com força: 'O guarda-redes amandou a bola para bem longe'
Aspergic - Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina.
Assentar - O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.
Capom - Porta de motor de carros que quando se fecha faz POM!
Destrocar - Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.
Disvorciada - Mulher que se diz por aí que se vai divorciar.
É assim... - Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais.
Entropeçar - Tropeçar duas vezes seguidas.
Êros - Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.
Falastes, dissestes... - Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, tu falastes
Fracturação - O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial.Casa que não fractura... não predura.
Há-des - Verbo 'haver' na 2ª pessoa do singular: 'Eu hei-de cá vir um dia; tu há-des cá vir um dia...'
Inclusiver - Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira.Também existe a variante "Inclusivel".
- A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?
Nha - Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA.Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.
Númaro - Também com a vertente "númbaro". Já está na Assembleia da Repúblicauma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, aqual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!
Parteleira - Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.
Perssunal - O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex.: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.
Pitaxio - Aperitivo da classe do 'mindoím'.
ProntusUsar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.
Quaise - Também é uma palavra muito apreciada pelos nossos pseudo-intelectuais...Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.
Stander - Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis.
O "stander" é um dos grandes clássicos do "português da cromagem"...
Tipo - Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?
Treuze - Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.

O preço da dor

Ainda dizem que a violência doméstica é gratuita. Mentira. O Hospital de Braga cobra por cada consulta, específica para estes casos, mais de cem euros.


sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Absurdo



O Carnaval dá-me nervos.
Hoje pela manhã na sala de espera de um consultório médico descobri, na televisão ligada altíssimo, que a melhor máscara de Carnaval do Manuel Luís Goucha foi de “mesa de chá”(?!). Depois disto, e do Sócrates se ter mascarado de “engenheiro de modelitos monocromáticos”, eu cá acho que vou aderir à moda do absurdo e vou mascarar-me de tigre fugido do Circo Chen, na ânsia de que me dopem devidamente aquando da captura para só acordar na quarta feira de cinzas.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz