sexta-feira, novembro 28, 2008

Barrigada de cultura


Ainda dizem que a cultura não enche a barriga...

... vejam aqui como isso não é verdade. Para quando um banquete com os Painéis de São Vicente de Fora ou uma petiscada valente com a colecção Berardo?

quinta-feira, novembro 20, 2008

O que eu ando a perder

Não os pude ir ver e ouvir ao Arena Live, no casino, no outro dia e tenho muita pena... Em compensação, guardo-os no mp3 e canto-os no chuveiro, estou mesmo fã!

quarta-feira, novembro 19, 2008

Na lua (eu, quase sempre...)


“Tropeçavas nos astros, desastrada.”

Caetano Veloso

terça-feira, novembro 18, 2008

Nem uma única lágrima

Nunca percebeu porque é que o telefone insiste em tocar quando está a sair de casa, atrasada.
- Sim?
- Olha, nem sei bem, como te dizer... Não há outra forma: ele morreu.
-Ele?
- Sim.
Anotou os detalhes fúnebres e desligou. Nada a comentar. Nada a lamentar. Já nada.
Para trás ficaram as memórias de infância, campos vermelhos de papoilas, mergulhos no açude, orações que eram poesia, domingos iluminados. Para trás disse. Dobradas e arrumadas meticulosamente, as memórias. Gaveta trancada, chave perdida.
Para a frente, uma cerimónia fúnebre invadida de solidão, uns quantos cumprimentos de pesar, um vaso cheio de cinzas, uma vida cheia de cinzas.
Para a frente, incineradas as mágoas, nem uma única lágrima.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Arte

Para quem gosta de arte contemporânea (quem queira inspiração, investimento ou simplesmente puro deleite) aqui ficam duas sugestões imperdíveis:
A Elipse Foundation é maravilhosa (uma espécie de galeria- museu algures entre o Estoril e Alcoitão);
A Arte Lisboa 2008 no próximo fim de semana no Parque das Nações.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Hoje o dia está (quase) perdido!

Há pessoas tão aborrecidas que nos fazem perder um dia inteiro em cinco minutos.
Jules Rernard

terça-feira, novembro 11, 2008

Excertos de conversas que deviam ter ficado por ouvir

Parece assédio...


"- Tens feito desporto?
- Sim...
- Pois, eu reparei. Estás cá com uns glutens!"

... mas é só mesmo ignorância.

Confissão

Embora não tenha um especial gosto por este tipo de coisas devo confessar que ele tem rasgos geniais. Podem não comprar ou usar mas leiam, vale a pena.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Quase de malas feitas



Antes que todos façamos as malas e nos mudemos para outro planeta, vejam o que ELES nos pedem, à sua maneira.
Bom fds!!!

quinta-feira, novembro 06, 2008

Ainda há discursos políticos em prosa poética

"Boa noite, Chicago.Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta. É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença.É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e azuis.Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América. [...] Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido ao que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.
Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do senador McCain.O senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.
Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.
E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, o pilar da nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama, Michelle Obama. [...]Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram cinco e dez e 20 dólares para a causa.Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários [...]. Esta vitória é vossa.E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim.Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida - duas guerras, uma planeta em perigo, a pior crise financeira desde há um século.Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.
Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo num mandato. Mas, América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá.Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como Presidente. E sabemos que o Governo não consegue solucionar todos os problemas.Mas serei sempre honesto convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. [...] Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.
Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street próspera, enquanto as pessoas normais sofrem.Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política. [...]
Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões - porque era mulher e por causa da cor da sua pele.E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América - a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: sim, podemos.Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.[...] E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.Sim, podemos.América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios - se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento".
Discurso da vitória de Barak Obama, Chicago, USA em 05/11/2008

quarta-feira, novembro 05, 2008

(Probably...) We Can

Os compromissos eleitorais de A a Z, versão compacta.

O que diz o mundo:
"USA Today", Estados Unidos:
"O democrata Barack Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira, fazendo história ao se tornar o primeiro afro-americano a ser eleito para o cargo, completando uma surpreendentemente rápida escalada ao poder."

"The New York Times", Estados Unidos:
"Barack Hussein Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira, derrubando as últimas barreiras do preconceito racial na política americana com facilidade, uma vez que o país o escolheu como o primeiro chefe do Executivo negro."

"Washington Post", Estados Unidos:
"O senador por Ilinois Barack Obama foi eleito ontem o 44º presidente americano, pregando uma mensagem inspiradora de mudança e esperança, tornando-se o primeiro afro-americano a chegar à Casa Branca."

"El País", Espanha:
"Obama conseguiu. Em meio a uma expectativa mundial, os americanos aceitaram o desafio da mudança proposto pelo candidato democrata à Casa Branca, concedendo-lhe uma clara vitória nas eleições realizadas nesta histórica terça-feira, 4 de novembro, nos Estados Unidos, o que o torna o primeiro presidente negro da historia desse país."

"Clarín", da Argentina:
"Barack Obama alcançou uma vitória histórica com a qual põe fim a oito anos de governo republicano. Ele se impôs nos estados do Nordeste, Norte e Oeste. O Centro e o Sul votaram majoritariamente em McCain. Obama vai comandar um país que tem duas guerras no exterior e a maior crise económica em mais de 70 anos."

"Guardian", Reino Unido:
"Esta noite os americanos depositaram sua fé em Barack Obama, que fez história ao tornar-se o primeiro afro-americano a se eleger presidente dos Estados Unidos."
"Times", Reino Unido:
"Barack Obama declarou nesta manhã que "a mudança chegou à América" quando ele saiu vencedor de uma das mais extraordinárias eleições na história para se tornar o primeiro presidente negro de seu país."

"Le Monde", França:
"Barack Obama, 47 anos, é agora o 44º presidente dos Estados Unidos e o 4 de novembro de 2008 fará parte da história do país. Era pouco depois das 5h, horário de Paris, quando a media americana anunciou a vitória do candidato democrata contra John McCain. O senador por Illinois tornou-se assim o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Menos de uma hora depois, ele estava em cena no Grant Park de Chicago,"seu feudo", para festejar a vitória e assegurar aos americanos que a "mudança chegou"."

"Le Figaro", França:
"Os Estados Unidos não falharam em seu encontro com a história. Terça-feira, ao fim de uma campanha interminável, Barack Obama se tornou o primeiro presidente negro do país."

"China Daily", China (versão em inglês):
"Barack Obama chegou à vitória como o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos na noite de terça-feira numa vitória esmagadora no Colégio Eleitoral que supera as barreiras raciais tão antigas quanto a própria América. "A mudança chegou", ele disse a uma multidão de partidários."

"Haaretz", Israel (versão em inglês):
"O democrata Barack Obama, o primeiro afro americano a chegar à Casa Branca, disse aos partidários na terça-feira que "a mudança chegou à América" e cumprimenrou o derrotado republicano John McCain pela longa e dura campanha que ele enfrentou."

"Pravda", Rússia (versão em inglês):
"Apenas Satã teria sido pior do que o regime Bush. É possível argumentar que a nova administração nos Estados Unidos nunca poderia ser pior do que uma que divorciou os corações e as mentes dos Americanos de seus irmãos na comunidade internacional, a qual apavorou o resto do mundo de forma chocante e com tácticas de medo que incluem campos de concentração, tortura, assassinato em massa, e desrespeito pela lei internacional. Mas escolhendo Obama, o povo da América optou por voltar à comunidade internacional. Bem-vindos de volta, amigos!"





segunda-feira, novembro 03, 2008

Uma questão de fé

Se me perguntarem "acredita em Deus?" devo pensar e retribuir "será que Deus acredita em mim?"

(retirado do filme "Aritmética Sentimental" que vi no fim de semana)