quinta-feira, junho 26, 2008

Elas (ou coisas que me irritam I)

Há coisas que me irritam. Fazendo assim contas de cabeça (e, confesso, não sou sua eximia fazedora) até são bastantes. Muitas. Mais precisamente bués. Esta é uma delas: repetidamente, num contexto absolutamente formal, de trabalho, sou apresentada a uns senhores de fato, que mandam em muitas coisas, e me cumprimentam olhando, numa primeira abordagem, para elas. Elas, esclareço, estão um palmo abaixo do meu pescoço, são duas, redondinhas, tapadinhas, mesmo no Verão, e sem vestígios de claustrofobia de tão apertadinhas que estão no soutien desde a nascença.
O “muito gosto” ou “como está” acompanhado daquele olhar deixa-me sempre perplexa, sem resposta. De qualquer forma dá-la seria inútil. Afinal não estão, por certo, a falar comigo, não me ouviriam. Os meus olhos reviram-se, aperto a mão cordialmente e tento não tocar em nada antes do processo de descontaminação. E elas, obviamente, não lhes respondem porque neste corpinho está instaurada a ditadura do cérebro que, aqui para nós que ninguém nos lê, é um porta-voz que nem sempre se sai lá muito bem.

4 comentários:

Urso Polar disse...

Sabes... passaram muito cedo ao biberão.

raquel disse...

Sugiro que voltes a ler no meu blog o post dedicado à "mente dos homens".
Palavras para quê??

Joana disse...

Bem, elas se calhar impõem-se assim à vista..., não? :P

Eu se fosse a ti respondia a esses ohares babões para cima, para "elas", com um olhar inquisidor, para baixo, para "eles".

Pá, se há coisa que me deixa fora de mim são babões!

Jinhos.

Anónimo disse...

LOL

Olha que esta semana já me aconteceu o mesmo... eu a falar, a falar, e os olhos sempre abaixo do nível de água... fogo!!!!

:-|