Leiam o “i”!
Leiam os cartazes da campanha eleitoral para as europeias e o boletim de voto !
Leiam “ Leite Derramado” do Chico Buarque!
Leiam os precários gigantes das bombas de gasolina - em constante mutação!
Leiam as capas dos jornais desportivos e aprendem a pronunciar correctamente aqueles nomes!
Leiam os painéis explicativos que acompanham a actual exposição do MUDE!
Leiam-me… quando a paciência sobrar!
Leiam a composição da maionese!
Leiam “Estado Civil” (Tinta da China) – agora em livro - do Pedro Mexia!
Leiam os avisos (muitas vezes extemporâneos) luminosos das auto-estradas!
Leiam as tabelas de serviços do cabeleireiro (e mergulhem no desconhecido mundo da estética)!
Leiam a poesia do Cohen e do Ary dos Santos !
Leiam o que lá está quando fecham os olhos .E não se assustem. E não fiquem deslumbrados!
Leiam… muito!
quarta-feira, maio 27, 2009
segunda-feira, maio 25, 2009
Auto-estima
Acho que perco demasiado tempo com muitas coisas: com a arrumação, com os jornais, com as (auto) justificações, com os pensamentos dispersos e vagos, com as contas, com a auto-estima... Principalmente com a auto-estima. Ouvi durante anos vozes, dentro e fora de mim, a dizerem, das mais variadas formas, que a minha não é grande coisa. Isso nunca me impeliu para o abismo do divã do psiquiatra ou para o das ladies nights, mas fez com que tropeçasse em equívocos diversos (a que pouparei a enunciação). Numa tentativa de rentabilizar o meu precioso tempo decidi fazer a coisa mais estúpida possível( é um método como qualquer outro): analisar o sentido de ”auto-estima” , tirar esse hífen nacional pedantista, separar as duas palavras, interrogá-las e demonstrar que isoladas nada valem. “Auto” ou contém demasiadas referências à solidão ou lembra oficinas mecânicas. “Estima” foi o que o meu avô escreveu, algures, no bilhete do quinquagésimo aniversário do seu casamento, dirigido à minha avó, não inspira nada de bom, embora socialmente muito considerado. Realmente, dizia, nada valem. Amedrontadas, de imediato renegaram as suas origens, a sua associação precária e desapareceram sem deixar rasto. Procuro, cá dentro, outras que as substituam. Outras menos egocêntricas, menos polidas, menos "cliché", que me empurrem para fora e me deixem mais tempo para perder com a arrumação, com os jornais, com as (auto) justificações, com os pensamentos dispersos e vagos, com as contas...
quarta-feira, maio 20, 2009
Bolas!
Em plena Baixa lisboeta ele, com um ar sonhador, fazia bolas de sabão gigantescas, desajeitadas, reluzentes. Esvoaçam por, sobre, entre quem passava apressado, naquele fim de tarde, na infindável ânsia de chegar. Paravam as crianças, corriam loucas atrás das bolas traquinas que lhes pregavam partidas. Parei eu também com vontade de correr atrás das bolas de sabão e das crianças. Dei por mim sentada num imenso anfiteatro, no terceiro ano do curso de Direito. Perguntavam-me numa prova oral, da hedionda cadeira de Direitos Reais (eu prefiro, sem dúvida, os Imaginários, os Impossíveis, os Inverosímeis), acerca do direito de propriedade das bolas de sabão. Sorri surpreendida pelo despropósito e não respondi a mais nada. Fiquei a pensar em tudo aquilo que, para além das bolas de sabão, nunca me quererei apropriar. Fiz, como é meu hábito, uma lista: senti, ordenei, decorei. Chumbei pela primeira vez. Mas valeu a pena porque a lista, essa, ainda cá canta - embora com escassas adendas e pequenas (in)correcções.
Convenção
Alguém me perguntava se sabia quanto custava uma "convenção anti-nupcial”. Por ser distraída pedi que repetisse. “Convenção anti-nupcial”. Essa custa cada vez menos, ceder antes de tentar, fugir antes de alcançar, desviar antes de embater, esquecer o nunca se quis saber. Há quem a assine e sacramente, por convicção, por medo, por irreverência. Tantas vezes tacitamente selada a cada olhar apaixonado.
quinta-feira, maio 14, 2009
Finalmente a prova científica...
... que justifica a elevada qualidade das minhas divagações, ausências, distracções. Obrigada, guarda-la-ei com a vida!
quarta-feira, maio 06, 2009
Deus afinal acabou de sair, foi à bica
Num destes dias lia, sobre os Mandamentos, em jeito de conclusão: “estes dez Mandamentos resumem-se em dois, que são: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. Amar a Deus sobre todas as coisas não levanta dificuldades maiores para quem tem fé, difícil é fazê-lo sobre todas as ambições, todos os fins maquiavélicos, todo o egoísmo. Amar o próximo como a nós mesmos, por sua vez, explica em grande parte os males do mundo: os problemas de auto-estima são imensos, profundos, contagiantes, incuráveis.
Deus, ao que parece, está em todo o lado
As conversas sobre religião interessam-me. Quando são conversas, claro. A maioria são puras declarações de valores ocos, de aparência, de fanatismo mecanizado, de ignorância confundida com fé ou de ateísmo pseudo-intelectual. Um destes dias tive uma dessas conversas, acerca do budismo, de onde vem, a moda que impôs e para onde vai. Lembrei-me que o Pedro Mexia tinha escrito isto algures e eu não pude deixar de concordar:
"O budismo ensina que a felicidade consiste no desapego dos sentidos e das emoções. Tenho uma vaga simpatia pelo budismo, como toda a gente, mas detesto esse conceito. A felicidade (whatever that means) passa obrigatoriamente pelo apego aos sentidos e às emoções. Já lá estive e garanto."
segunda-feira, maio 04, 2009
Os prefixos que nos lixam
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