quinta-feira, outubro 21, 2010

No regret

Na infindável saga de descobrir coisas interessantes para ler na imprensa, tropeço, desde a Ler à Caras, em entrevistas a pessoas que se destacam pelos livros que escrevem, por empresas que dirigem, pelo nome que ostentam, pelo baton que combinam, ou pela mamoca que operam. Tropeço, dizia, constantemente em exultos ao não arrependimento, à sua natural qualidade de acharem que NADA do que fizerem nesta vida é merecedor de tal sentimento.
Fico parva e relembro-me estupidamente mortal.
Eu que me arrependo todos os dias, pelo menos uma vez de manhã e outra pela tardinha, e faço questão de explicar aos merecedores essa minha caracteristica rara, a da condição humana.
Imagino que quem tenha vindo ao mundo sem coador no cérebro fique em pânico sempre que leia estes intelectuais, líderes de opinião, famosos, inúteis. Imagino que liberte esse medo nos psiquiatras, nos estádios, no colega de trabalho, na doméstica de serviço, na tromba do conjugue.
Assim segue o mundo, resolvido o passado, perfeito o presente, promissor o futuro.

2 comentários:

Joana disse...

Ahahahah, lindo!!!

"Imagino que quem tenha vindo ao mundo sem coador no cérebro fique em pânico sempre que leia estes intelectuais, líderes de opinião, famosos, inúteis. " vai para o meu caderninho. (Ando a sublinhar-te muito. ;)


JInhos.

Ouriço-Cacheiro disse...

Sinto-me lisonjeada (e sublinhada...).Obrigada