quarta-feira, agosto 31, 2011

A paciência que sou



(...)

Minha luz dos olhos que eu vi nascer

Num dia tao breve a clarear

As águas do rio são de correr

Cada vez mais perto sem parar

Sou como o morcego vejo sem ver

Sou como o sossego sei esperar.



Zeca Afonso, Canção da Paciência

terça-feira, agosto 30, 2011

Inesquecivel



No dia em que resolvi partir ouvi-a em todos os lugares por onde passei. Na terra molhada da infância, na longa estrada que percorremos algumas férias, no riso radioso quando o (re)conheceste nos meus braços, na discussão que nos trouxe a mais cómica das rouquidões. Um uníssono que me lembrava a única coisa que tive a certeza durante toda a vida: a minha memória de ti é imortal.

Lisboa à vista

Há dias que desperto para Lisboa e ela presenteia-me com ternura, com alegria, com estupefacção (e até mesmo com algum horror). Ontem começou logo pela manhã. Uma lição de ecologia. Montada no híbrido mais mais do mercado, obedecendo a um demorado sinal vermelho, falava alegremente em alta voz enquanto bebia um iogurte líquido e fumava (três coisas, ao mesmo tempo, sim). Arrancou suavemente, não sem antes atirar a beata seguida da embalagem de iogurte pela janela. De regresso a casa, noto uma mulher jovem um pouco adiante no passeio, empurrando um carrinho de bebé e enquanto falava de forma entusiasta com uma outra que a acompanhava. Reparo que lhe faltava pano nas costas da camisola, no seu lugar estavam, lado a lado, em leque, tatuados três bebés com um ar amoroso. No topo de cada um, também tatuada, uma fita ao vento com os respectivos nomes: Cristiana, Fabiana e Venusiana.

terça-feira, agosto 16, 2011

dormir

E depois de tudo, cansada, esgotada, há uma cama na minha vida que me espera pacientemente em casa. Bons sonhos!

quarta-feira, agosto 10, 2011

Não percebi

Num almoço animado brincavam com a definição de tipo de cada um e de como isso tinha mudado (ou não, em casos de teimosia radical) desde que se lembravam do que é estar apaixonado. Chegou a minha vez de brilhar sob os holofotes. E tu, qual é afinal o teu tipo? Respondi - porque depois de procurar bonito, espantoso, inteligente, criativo, charmoso cheguei a um adjectivo-chave - bondoso. Gargalhada geral. Definitivamente não percebo algumas das (minhas) piadas.

domingo, agosto 07, 2011

às voltas...


... na minha cabeça nos últimos dias.

sábado, agosto 06, 2011

A consistência da utopia




"Acresce que uma ideia inovadora é sempre utópica antes de se transformar em realidade. Finalmente, porque muitos dos nossos sonhos foram reduzidos ao que existe e o que existe é muitas vezes um pesadelo, ser utópico é a maneira mais consistente de ser realista no início do século XXI."






Boaventura Sousa Santos in "Portugal: Ensaio contra a autoflagelação"Almedina, 2011

quinta-feira, agosto 04, 2011

Diagnostic: too much Oprah



Forgiveness is giving up the hope that the past could've been any different.