Comunico-vos solenemente que dou como finda e vencida esta luta contra um dos maiores males da Humanidade: a ansiedade. Já consigo controlá-la totalmente como fica comprovado neste post ( se quiserem saber os segundos multipliquem as horas por 60, não vos dou a informação porque achei ser um número muito grande e, como tal, desmotivante). Assim sendo,
FALTAM:
Férias Grandes
Dias ---------66
Horas-----1584
Minutos-95040
Regresso definitivo
Dias-------- 219
Horas------5256
Minutos-315360
domingo, julho 30, 2006
sexta-feira, julho 28, 2006
The end
Inicia-se a música do genérico final. Lá fora está um calor insuportável. A praia fica longe, muito longe. Recosto-me da cadeira o ouvir atentamente e banda sonora e procuro sobrenomes portugueses no meio de todos aqueles. Encontro sempre pelo menos uns quatro. De raspão fico orgulhosa por ser portuguesa, alfacinha ainda que temporariamente ausente do habitat natural. The end. Já todos sairam apressados para os subúrbios ou para o gelado mais próximo. Escolho a segunda opção enquanto leio um papel pequeno, impresso a preto e branco, abandonado na mesa da esplanada. Fala na possibilidade que um "professor" dá de nos salvarmos mesmo antes do fim do mundo que, pelos vistos, está por aí. Livramo-nos da inveja, do mau olhado, de todos os pecados (os sete e os outros adicionados pelo séc. XXI), da falta de fé e de tudo o mais que pode incomodar (talvez também deste calor que já disse ser insuportável) o corpo e, sobretudo, o espiríto. Assim após consultas, confissões e muito dinheiro passaremos pelo fim incólumes, intactos. The end. Retenho o cliché final, esse muito mais próximo de mim: é preciso salvar para ser salva. O gelado chega rapidamente ao fim, a vergonha de o repetir empurra-me para a agitação do Chiado, mesmo ali ao lado. Enquanto desço as escadas rolantes da Fnac relembro de novo o genérico final, confirmo ter saído depois de ouvir a última nota da banda sonora, de ler o último nome. Saí mais salva que sã. Mas depois, é certo, não havia mesmo mais nada. The end.
quarta-feira, julho 26, 2006
Viva a não adesão! ou Nonsense açoriano parte II
“ A essa lei nós não aderimos!” Foi o que me disseram no outro dia . Quem disse não importa. Importa a situação de claro crime tipificado no nosso Código Penal e esta maravilhosa ideia que é a “adesão”. Isto é que é criatividade!... Acompanhada pela busca desse supremo ideal que é o menor esforço, o total conforto, ao fabuloso princípio do prazer. Aderir só ao que nos convém parece-me uma óptima ideia: para já começava por não aderir ao meu avô. Diziam-me “Vá dá lá um beijo ao teu avô!” E eu dizia “A essa parte da família eu não aderi!” E todos iriam perceber esta minha posição, afinal era só uma tentativa de quebrar o tradicional dito do povão de que a família não se escolhe, já os amigos e o marido...
Depois apetecia-me não aderir ao meu chefe. Não por ser meu chefe (contrariamente a 99,5% dos funcionários públicos a palavra “chefe” não causa em mim nenhuma perturbação do foro psicológico de qualquer espécie) propriamente mas por ser um ser humano, correcção, por ser um ser (passo esta ridícula construção frásica) que tem muita pouca noção de, a saber: inteligência, respeito, dignidade, lealdade, integridade e, claro, humanidade. Quando ele me dissesse “Ah e tal você é um ser inferior, e eu agora, que a minha vida sexual até não corre nada bem, vou pisá-la” eu diria “ Olhe eu não aderi a você em nenhum momento, mostre-me o papel da minha adesão à sua autoridade!”. E pronto assunto resolvido.
Não aderia também a qualquer situação que passasse pelo meu conceito de injustiça. Não aderia à morte: á minha, à dos que amo e a de todos os que desconheço e desperdiçam a sua vida sem quererem em causas vãs.
Talvez acabasse por não aderir também ao pneu da minha barriga, em vez de andar nessa loucura do jogging diário talvez fosse mais fácil que, aquando da sua exposição, olhasse para ele sem piedade, apontasse o dedo e lhe dissesse “A ti eu não aderi!”. É infindável a doce tentação da “não adesão”, para não maçar, deixo-vos com um “e assim sucessivamente”.
Depois apetecia-me não aderir ao meu chefe. Não por ser meu chefe (contrariamente a 99,5% dos funcionários públicos a palavra “chefe” não causa em mim nenhuma perturbação do foro psicológico de qualquer espécie) propriamente mas por ser um ser humano, correcção, por ser um ser (passo esta ridícula construção frásica) que tem muita pouca noção de, a saber: inteligência, respeito, dignidade, lealdade, integridade e, claro, humanidade. Quando ele me dissesse “Ah e tal você é um ser inferior, e eu agora, que a minha vida sexual até não corre nada bem, vou pisá-la” eu diria “ Olhe eu não aderi a você em nenhum momento, mostre-me o papel da minha adesão à sua autoridade!”. E pronto assunto resolvido.
Não aderia também a qualquer situação que passasse pelo meu conceito de injustiça. Não aderia à morte: á minha, à dos que amo e a de todos os que desconheço e desperdiçam a sua vida sem quererem em causas vãs.
Talvez acabasse por não aderir também ao pneu da minha barriga, em vez de andar nessa loucura do jogging diário talvez fosse mais fácil que, aquando da sua exposição, olhasse para ele sem piedade, apontasse o dedo e lhe dissesse “A ti eu não aderi!”. É infindável a doce tentação da “não adesão”, para não maçar, deixo-vos com um “e assim sucessivamente”.
sexta-feira, julho 14, 2006
Nonsense açoriano
domingo, julho 09, 2006
Quem não viu?
Toda a gente menos o Pacheco Pereira. Talvez também alguns carteiristas nos Aliados ou na Expo. Angola, Irão, México, Holanda, França e Alemanha somam mais ou menos 9 horas de sofrimento fora os intervalos, prolongamentos e penaltis. Mais de um dia útil de trabalho. Depois assistimos às conferências de imprensa, revimos os resumos, escutámos os prognósticos do próximo desafio. Guardámos "pérolas" de muitos jogadores, tivemos a certeza que o Ricardo se inspirou no português baixinho de bigode que reluzia entre ingleses. Trouxemos um quarto lugar, que diz o Sócrates, em muito prestigia o país. Ainda nos conseguimos vingar da França. Estávamos felizes. Hoje é segunda feira,não há futebol, não há selecção, não há peças jornalísticas de 30 minutos em prime time a eles dedicadas, não há bandeiras e cachecóis da marca "Portugal". Serena-se a revolta do Pacheco Pereira. Salva-nos deste vazio o inicío da silly season e as capas em biquini das revistas cor de rosa. Continuamos por isso, e só por isso, com uma vaga sensação de felicidade.
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