Fui visitá-la à casa azul. Ao longe aquele azul já desbotara a paisagem circundante com uma tristeza monocromática. Sentada junto de uma das muitas janelas, sozinha, perdida na enorme poltrona de veludo. Brincava com os dedos e as memórias deformadas pelo presente que já não alcança.
Prometemos ir à ópera. Prometi que a levava, prometeu que me explicava todos os detalhes. Anos passaram, eu perdida na juventude e no quotidiano de fúteis preocupações, ondas de vazio que arrastaram as minhas promessas, as suas intenções.
Sentei-me no braço da poltrona e fiz sentir a minha presença. Sorriu. O meu nome escapara-se numa armadilha do tempo. Puccini, contudo, estava ainda por lá bem como a esperança de ser resgatada naquela tarde rumo à felicidade de um certo camarote do S. Carlos.
Prometemos ir à ópera. Prometi que a levava, prometeu que me explicava todos os detalhes. Anos passaram, eu perdida na juventude e no quotidiano de fúteis preocupações, ondas de vazio que arrastaram as minhas promessas, as suas intenções.
Sentei-me no braço da poltrona e fiz sentir a minha presença. Sorriu. O meu nome escapara-se numa armadilha do tempo. Puccini, contudo, estava ainda por lá bem como a esperança de ser resgatada naquela tarde rumo à felicidade de um certo camarote do S. Carlos.
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