Encontramo-nos nos funerais. Reconhecemo-nos. Desconhecemo-nos, espantamos, morremos de amor ou de inveja. Rimos perdidos na escuridão daquele humor. Choramos por todos os motivos que já até tínhamos esquecido. Nos funerais fingimos, estar tristes, estar indiferentes, fingimos rezar, penamos por ali estar. Fingimos que a dor tem cor e que apaga todo o cortejo de más memórias. Nos funerais a alma encomendada sussurra fé e medo aos nossos, irremediavelmente egocêntricos, ouvidos. Nos funerais entristecemos, comemoramos, morremos e renascemos. Encontramo-nos também ali, nos funerais.
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