quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Entrar

A porta fechou-se logo atrás de ti. Eu fiquei de janelas trancadas e tapete desalinhado por teres arrastado desastradamente a mala. Não era por aqui que queria começar, embora possa ser o melhor dos começos. Queria escrever sobre portas, trancadas, abertas, perras, escancaradas, arrombadas e sobre malas que se arrastam na ligeireza dos caminhos que percorremos. Entramos e saímos sempre pela porta e com coisas, por vezes tantas, atrás, aos ombros, ao colo. Depois de pensar nisto passei a escolher janelas que me deixam entrar de mãos vazias. Sentada no parapeito ensolarado consigo abraçar-nos sem preocupações, com vista desafogada para amanhã. Nunca mais vi um tapete desalinhado.

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