quarta-feira, dezembro 24, 2008

Quase quase na noite de Natal...


...há espaço para desejar a todos que me lêem (e essa é a melhor forma de me conhecerem)toda a felicidade que merecem! Esqueçam-se dos presentes, dos conflitos,do que não tem realmente importância. Mergulhem, oiçam-se e redescubram tudo o que de bom há por aí!
Um Natal feliz a valer!

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Ainda (a minha) Berlim...





Viver e trabalhar por lá.

As famosas bolas...

O Wim Wenders

(continua... um dia destes)

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Quando passam por mim lembro-me sempre que...



Pode confiar-se nas pessoas más: nunca mudarão.

William Faulkner

A minha Berlim... por fim.


Ali o tempo não conta...

Há letras por todo o lado.

Observamos e somos observados.


Tudo sobre azul


tropeçamos nos horrores de ontem...

encontramos, por acaso, o paraíso.

(continua... um dia destes)

sexta-feira, novembro 28, 2008

Barrigada de cultura


Ainda dizem que a cultura não enche a barriga...

... vejam aqui como isso não é verdade. Para quando um banquete com os Painéis de São Vicente de Fora ou uma petiscada valente com a colecção Berardo?

quinta-feira, novembro 20, 2008

O que eu ando a perder

Não os pude ir ver e ouvir ao Arena Live, no casino, no outro dia e tenho muita pena... Em compensação, guardo-os no mp3 e canto-os no chuveiro, estou mesmo fã!

quarta-feira, novembro 19, 2008

Na lua (eu, quase sempre...)


“Tropeçavas nos astros, desastrada.”

Caetano Veloso

terça-feira, novembro 18, 2008

Nem uma única lágrima

Nunca percebeu porque é que o telefone insiste em tocar quando está a sair de casa, atrasada.
- Sim?
- Olha, nem sei bem, como te dizer... Não há outra forma: ele morreu.
-Ele?
- Sim.
Anotou os detalhes fúnebres e desligou. Nada a comentar. Nada a lamentar. Já nada.
Para trás ficaram as memórias de infância, campos vermelhos de papoilas, mergulhos no açude, orações que eram poesia, domingos iluminados. Para trás disse. Dobradas e arrumadas meticulosamente, as memórias. Gaveta trancada, chave perdida.
Para a frente, uma cerimónia fúnebre invadida de solidão, uns quantos cumprimentos de pesar, um vaso cheio de cinzas, uma vida cheia de cinzas.
Para a frente, incineradas as mágoas, nem uma única lágrima.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Arte

Para quem gosta de arte contemporânea (quem queira inspiração, investimento ou simplesmente puro deleite) aqui ficam duas sugestões imperdíveis:
A Elipse Foundation é maravilhosa (uma espécie de galeria- museu algures entre o Estoril e Alcoitão);
A Arte Lisboa 2008 no próximo fim de semana no Parque das Nações.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Hoje o dia está (quase) perdido!

Há pessoas tão aborrecidas que nos fazem perder um dia inteiro em cinco minutos.
Jules Rernard

terça-feira, novembro 11, 2008

Excertos de conversas que deviam ter ficado por ouvir

Parece assédio...


"- Tens feito desporto?
- Sim...
- Pois, eu reparei. Estás cá com uns glutens!"

... mas é só mesmo ignorância.

Confissão

Embora não tenha um especial gosto por este tipo de coisas devo confessar que ele tem rasgos geniais. Podem não comprar ou usar mas leiam, vale a pena.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Quase de malas feitas



Antes que todos façamos as malas e nos mudemos para outro planeta, vejam o que ELES nos pedem, à sua maneira.
Bom fds!!!

quinta-feira, novembro 06, 2008

Ainda há discursos políticos em prosa poética

"Boa noite, Chicago.Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta. É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença.É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e azuis.Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América. [...] Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido ao que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.
Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do senador McCain.O senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.
Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.
E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, o pilar da nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama, Michelle Obama. [...]Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram cinco e dez e 20 dólares para a causa.Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários [...]. Esta vitória é vossa.E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim.Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida - duas guerras, uma planeta em perigo, a pior crise financeira desde há um século.Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.
Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo num mandato. Mas, América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá.Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como Presidente. E sabemos que o Governo não consegue solucionar todos os problemas.Mas serei sempre honesto convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. [...] Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.
Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street próspera, enquanto as pessoas normais sofrem.Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política. [...]
Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões - porque era mulher e por causa da cor da sua pele.E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América - a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: sim, podemos.Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.[...] E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.Sim, podemos.América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios - se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento".
Discurso da vitória de Barak Obama, Chicago, USA em 05/11/2008

quarta-feira, novembro 05, 2008

(Probably...) We Can

Os compromissos eleitorais de A a Z, versão compacta.

O que diz o mundo:
"USA Today", Estados Unidos:
"O democrata Barack Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira, fazendo história ao se tornar o primeiro afro-americano a ser eleito para o cargo, completando uma surpreendentemente rápida escalada ao poder."

"The New York Times", Estados Unidos:
"Barack Hussein Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira, derrubando as últimas barreiras do preconceito racial na política americana com facilidade, uma vez que o país o escolheu como o primeiro chefe do Executivo negro."

"Washington Post", Estados Unidos:
"O senador por Ilinois Barack Obama foi eleito ontem o 44º presidente americano, pregando uma mensagem inspiradora de mudança e esperança, tornando-se o primeiro afro-americano a chegar à Casa Branca."

"El País", Espanha:
"Obama conseguiu. Em meio a uma expectativa mundial, os americanos aceitaram o desafio da mudança proposto pelo candidato democrata à Casa Branca, concedendo-lhe uma clara vitória nas eleições realizadas nesta histórica terça-feira, 4 de novembro, nos Estados Unidos, o que o torna o primeiro presidente negro da historia desse país."

"Clarín", da Argentina:
"Barack Obama alcançou uma vitória histórica com a qual põe fim a oito anos de governo republicano. Ele se impôs nos estados do Nordeste, Norte e Oeste. O Centro e o Sul votaram majoritariamente em McCain. Obama vai comandar um país que tem duas guerras no exterior e a maior crise económica em mais de 70 anos."

"Guardian", Reino Unido:
"Esta noite os americanos depositaram sua fé em Barack Obama, que fez história ao tornar-se o primeiro afro-americano a se eleger presidente dos Estados Unidos."
"Times", Reino Unido:
"Barack Obama declarou nesta manhã que "a mudança chegou à América" quando ele saiu vencedor de uma das mais extraordinárias eleições na história para se tornar o primeiro presidente negro de seu país."

"Le Monde", França:
"Barack Obama, 47 anos, é agora o 44º presidente dos Estados Unidos e o 4 de novembro de 2008 fará parte da história do país. Era pouco depois das 5h, horário de Paris, quando a media americana anunciou a vitória do candidato democrata contra John McCain. O senador por Illinois tornou-se assim o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Menos de uma hora depois, ele estava em cena no Grant Park de Chicago,"seu feudo", para festejar a vitória e assegurar aos americanos que a "mudança chegou"."

"Le Figaro", França:
"Os Estados Unidos não falharam em seu encontro com a história. Terça-feira, ao fim de uma campanha interminável, Barack Obama se tornou o primeiro presidente negro do país."

"China Daily", China (versão em inglês):
"Barack Obama chegou à vitória como o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos na noite de terça-feira numa vitória esmagadora no Colégio Eleitoral que supera as barreiras raciais tão antigas quanto a própria América. "A mudança chegou", ele disse a uma multidão de partidários."

"Haaretz", Israel (versão em inglês):
"O democrata Barack Obama, o primeiro afro americano a chegar à Casa Branca, disse aos partidários na terça-feira que "a mudança chegou à América" e cumprimenrou o derrotado republicano John McCain pela longa e dura campanha que ele enfrentou."

"Pravda", Rússia (versão em inglês):
"Apenas Satã teria sido pior do que o regime Bush. É possível argumentar que a nova administração nos Estados Unidos nunca poderia ser pior do que uma que divorciou os corações e as mentes dos Americanos de seus irmãos na comunidade internacional, a qual apavorou o resto do mundo de forma chocante e com tácticas de medo que incluem campos de concentração, tortura, assassinato em massa, e desrespeito pela lei internacional. Mas escolhendo Obama, o povo da América optou por voltar à comunidade internacional. Bem-vindos de volta, amigos!"





segunda-feira, novembro 03, 2008

Uma questão de fé

Se me perguntarem "acredita em Deus?" devo pensar e retribuir "será que Deus acredita em mim?"

(retirado do filme "Aritmética Sentimental" que vi no fim de semana)

sexta-feira, outubro 31, 2008

Frases soltas pela manhã

“Estás triste? Isso é da chuva.”
“Estás triste porquê?”
“Na tua idade não ficava triste, não.”
“Estás triste? Não percas tempo com isso!”
“Não estás triste, estás é deprimida!”
“Estás deprimida? Sei de uns comprimidos óptimos…”
“Não fiques triste, a vida são dois dias. Alegra-te, esta aí o fim de semana,vai beber uns copos e…!”

Na sala ao lado há alguém triste, constato . Mas que raio de mundo é este em que não há espaço para alguém estar genuína e anonimamente triste?

quinta-feira, outubro 30, 2008

O plano

Reparei hoje no sinal luminoso que indica saída, no andar do edifício onde trabalho: está, estrategicamente, colocado no sentido contrário ao do elevador e das escadas. Parece-me que continua, de forma subtil, o plano para redução (literal) de funcionários públicos…

terça-feira, outubro 28, 2008

Causa - Efeito


- Baixa a música, por favor, não aguento!
- Não percebo porque não gostas de música alta, é libertador!
- A música alta, sobretudo na qual alguém canta, perturba-me, sempre foi assim. Sabes, eu penso alto, nos dias maus muito alto até. O efeito é igual a ter duas pessoas a gritar ao mesmo tempo num espaço, fora outras interferências... Ensurdecedor.

Parabéns!

Quase todas as pessoas de que gosto fazem anos este mês!

quarta-feira, outubro 22, 2008

Ainda há esperança...


... de, apartir de hoje, serem produzidos posts com algum interesse renovado porque o frio aquece-me os neurónios e a alma! Cá vai o que a inspiração dá, por enquanto...
No Outono faz mais frio que no Verão. As folhas ficam amarelas e laranjas e caem das árvores. No Outono o senhor que costuma vender gelados vende castanhas. No Outono é quase Natal.
Pronto!

quinta-feira, outubro 16, 2008

(voltar a) Berlim


Ele (muito muito mais velho, ainda professor em Harvard): E então, que tal Berlim?
Ela (deslumbrada): Cidade fantástica, surpreendente. Adorei a nova geração de berlinenses, como deram a volta ao passado pesado, como hoje se tornaram a Meca da arte contemporânea e da arquitectura. Tudo novo e tudo antigo ao mesmo tempo. Tudo simplificado, pouco estratificado. Gostei mesmo muito!
Ele: Estive lá no pós Guerra, estive lá depois do Muro, estive lá há dois anos. Conheço bem os alemães, investiguei aquela sociedade…
Ela: Sim é complexa, percebi. Mas interessante. E a arte?
Ele: Monótona. Os clássicos alemães são uns chatos. A contemporânea é só para distrair, para nos distrair de todos aqueles fantasmas. Tudo acabou em 45, só passou uma geração e meia. O código genético do egoísmo ainda é muito forte. A história é ciclica. Nunca mais lá volto.

terça-feira, outubro 14, 2008

Voltei...

... de Berlim e arredorres, anteontem. Ontem mimos e mais mimos armazenados para dar. Hoje post-its atrás de post-its na secretária e um mail abarrotado. Talvez amanhã saia um post de jeito... Há esperança!

sexta-feira, setembro 26, 2008

Onde é que você estava aquando…dos arrendamentos low cost das casas da CML?(ler com voz anasalada)

Na revista "Sábado" desta semana li um artigo surreal. Passo a descrever o melhor que o meu tique nervoso, ali adquirido, permite.

Facto: a CML alugou uma casa linda, novinha ao Batista Bastos.

Antecedentes: o senhor vivia numa casinha podre em Alfama há 32 anos, já não aguentava mais com o peso da história daquele lugar. Então escreve ao senhor presidente da CML, O Soares filho, e pede-lhe uma casinha para arrendar porque não tem possibilidades de comprar uma nova.

Conclusão: A nossa CML é a melhor do mundo e há senhores intelectuais que praticam “o colectivo” que apregoam, trabalhando pro bono.

Agora vou eu redigir uma cartita para o Costa, que é amigo de um amigo de um amigo, apresentando os seguintes argumentos definitivos: que sou muito querida, que também já apareci uma vez na televisão, que tenho um blogue, alguns livros encaixotados, uns juros altos, um útero saudável que pode contribuir para o aumento demográfico e um emprego que me permite também ser intelectualmente produtiva.
Espero ir ainda a tempo.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Frase do fim de semana


"Os amigos não se fazem, reconhecem-se".

Vinicius de Morais

sexta-feira, setembro 19, 2008

Resumo (Poética I)

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã

Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.


Vinicius de Moraes
(o meu poeta estrangeiro preferido, de sempre)

terça-feira, setembro 16, 2008

O diálogo

No metropolitano, num destes dias, um casal de meia idade discutia entre dentes no banco mesmo à minha frente. Com um ar indignado ela chamava-o idiota por não ter pulso para lidar com o filho, fraco por não ter progredido profissionalmente como ambos almejariam. Ele irritado chamava-a, por sua vez, gastadora, preguiçosa e desatenta. Ambos se odiavam e estavam presos naquele casamento vazio. Saíram no Rossio e, quando me ia preparar para meditar de novo sobre as relações conjugais, olho de esguelha pela janela e, mesmo ao virar da esquina para subirem as escadas, reparo que deram as mãos.

segunda-feira, setembro 15, 2008

A minha primeira vez

Ontem fui uma das muitas mais de 75 mil pessoas que viram e ouviram Madonna em Lisboa. Pontual, apareceu sentada num trono condignamente enfeitado com um M (meio inicial, meio coroa). O que antecedeu este momento foram duas horas na fila para entrar, a busca incessante de um lugar para puder vê-la do tamanho do meu indicador, palhaçadas do grupo, uma Super Bock e um pacote de batatas fritas, uma semi-discussão com um malcriado macho (?) nortenho e várias tentativas de sentar na relva.
O concerto foi bom. Muito bom, de facto. Falou português e perguntou se falávamos espanhol para percebermos a canção que ela ia cantar a seguir. Houve empatia, muito histerismo e eficácia. A verdadeira artista não é só a máquina de produção. Muita cor, uns geniais Keith Haring animados, uma “Isla Bonita” com sons romenos ,um “Like a Prayer” e um “Give it to Me” fabulosos, um “Ray of Light” electrónico desastroso. Um alerta para não “get stupid” com muita ecologia, consciência social e politiquice à americana. Um fabuloso “game over” sem nenhum encore.
Pena o desconforto, a multidão ansiosa, o zoom no mínimo, os 60 Euros e a absoluta certeza que ninguém, na organização, se preocupou muito comigo. Mas, lá está, para primeira vez não foi nada mau.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Dilema

Não sei do que me hei-de rir mais,

se disto
ou disto
ou disto

Somos mesmo engraçados, a sério!

A conquista

O café pela manhã é um hábito recuperado. O dia, por vezes, torna-se demasiado longo e, por isso, a noite demasiado curta. Vou beber café sempre ao mesmo sitio, passo no senhor das revistas, dou uma olhadela nas novidades, um bom dia, converso sobre o tempo e sobre o estado do mundo, viro a esquina e lá está ele, movimentado, limpinho, organizado, cheio de olás (já) familiares por detrás do balcão. Sento-me no lugar de sempre, folheio o jornal, cumprimento alguém, olho de esguelha para a Sic Notícias. Lá ao fundo está ele. De inicio sempre sentado, sereno indiscretamente olhando para tudo o que fazia. Depois um sorriso atrás do outro, passeios sem pretexto para se aproximar, para sorrir mais de perto. Por fim, hoje pela manhã, encostou-se à minha mesa, um livro à frente da chávena de café e disse “olá, sou o João, lês a mim uma história pequenina?” Ele conquistou-me, definitivamente.

quinta-feira, setembro 11, 2008

A cegonha chegou!

A sobrinha Mafalda nasceu hoje quase às 10h da manhã! A "aterragem" foi suave e, ao que parece, está tudo bem.

segunda-feira, setembro 08, 2008

quarta-feira, setembro 03, 2008

Encontrei...

... algures no meio do oceano Atlântico. Agora acredito no amor à primeira vista.

Uma sugestão para os senhores metereologistas


E para quando um furacão chamado
Tomás Maria (só arrasaria o que fosse possidónio)
ou
Ruben Isidro (só deixaria intacto os subúrbios, os veículos com tunning e todos os sítios para se curtir)
ou
Kátia Vanessa (esse, sim, seria totalmente arrasador)?

quinta-feira, agosto 28, 2008

Changing



A intuição foi fazer a sua manutenção anual e um excepcional up-grade (faltavam-lhe algumas peças de origem, suponho) e, em despacho conjunto com o olfacto, comunicou-me que, embora não pareça, há algumas coisas que vão mudar... Cheira-me!

quarta-feira, agosto 27, 2008

Sem medida

Reparei que tudo nos faz crer que o amor é mensurável, a quantidade de beijos que se dá, o tamanho da cauda do vestido de noiva, o valor do presente de aniversário, o quilate do diamante incrustado, o número de vezes que o telefone toca. Há assim amores que se medem aos palmos, de palmo e meio, de meio palmo… Amores avessos à imensidão, à liberdade, às mãos abertas e ao sorriso franco. Amores que se esquecem no banco do autocarro, no papel de embrulho no lixo, numa chave abandonada na caixa do correio. Amores que nascem de um cartão de visita pomposo, de uma farsa encenada ao pormenor, da pintura cuidadosa de máscaras inúteis. Amores de que todos falam, medem, pesam, elogiam ou criticam, que espantam, desiludem, deslumbram. Sempre soube que não fui feita à medida para o amor mensurável, não cabe em mim, magoa-me nas esquinas, inunda-me os olhos, estrangula o coração. O outro, incondicional, imenso, raro, cabe na perfeição na palma de cada mão e faz-me sempre desmesuradamente feliz.

segunda-feira, agosto 18, 2008

E nove meses (ou 40 semanas, ou 38 ou 42... entendam-se!) depois ...

Hoje descobri que só faltam cinco semanas para a sobrinha nascer. Correcção: podem faltar (pode nascer daqui a três semanas ou daqui a sete, se bem percebi a explicação técnica). Ainda não comprei a fatiota (a tia Ouriça tem de estar apresentável para causar uma boa primeira impressão) nem preparei o discurso que deverá ser curto (devido à ainda baixa capacidade de concentração), e evasivo (não lhe posso explicar já um monte de coisas que ela, de qualquer maneira nunca quereria saber, adiemos o momento então...) mas muito caloroso para perceber o quanto (já) dela tenho saudades!