sábado, novembro 25, 2006
Muito, pouco, nada
Dou por mim sempre à procura de palavras, sempre a tentar descobrir novas palavras, sempre a tentar desenhá-las pela primeira vez no início do poema, palavras que digam o que sinto, o que gostava de sentir, o que não gostava de sentir... Procuro-me nessas palavras . Descobri também, nessa busca, que há muitos livros infantis que dizem tudo o que preciso saber sobre tudo, nos quais encontro as palavras certas, novas a cada frase simples. Mesmo à minha frente estava “O Principezinho” do Saint-Exupéry desde sempre. Li e gostei. Reli e gostei mais ou menos. Insisti recentemente e finalmente descobri as palavras. São pequeninas, discretas aquelas palavras, estão lá neste livro (muito, pouco, nada) infantil. Senão vejam:
"[...] se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...São precisos rituais."
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