A escrava Agar, quando Abrãao a expulsou da casa juntamente com Ismael, filho de ambos, partiu para o deserto com o coração destroçado. Um dia, quando morreu, o seu coração saiu do corpo: estava transformado num ouriço-cacheiro. Um coração cheio de espinhos para que ninguém o pudesse tocar. Ainda hoje, os nómadas do deserto de Neguev, descendentes de Ismael, acreditam que os ouriços-cacheiros nascem quando alguém sofre um desgosto de amor eterno.
Afonso Cruz, Enciclopédia da Estória Universal - Recolha de Alexandria, Ed. Alfaguara
1 comentário:
Hoje gostaria de saber ser Agar. Que pena (ou que sorte!) que o efeito ouriço não se dá em todos os corações, alguns permanecem a sangrar sempre. Mas sempre há controvérsias sobre o bom e o ruim dos espinhos a "proteger" um coração.
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