Nós fizemos a noite.
Acordado eu tomo a tua mão
nutrindo-te com todas as minhas forças
gravo na rocha a estrela da tua energia
com linhas profundas
onde a bondade do teu corpo germinará.
Repito a tua voz escondida
a tua voz anunciada.
Ainda gracejo da orgulhosa
que tu tratas como uma pedinte
dos malucos que respeitas
dos simples em quem te deleitas
E na minha cabeça que pouco a pouco se une à tua e à noite
fico maravilhado de tal mistério
tão parecido contigo e com tudo que amo
o que é continuamente invulgar.
Paul Eluard, poema extraído do tema intitulado “ Olhos férteis”
- 1936-
- 1936-
1 comentário:
Como é bom existir quem perceba "olhos fertéis" e quem sente o fazer a noite desta maneira...tão bonito. E o desenho, perfeito.
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