Bernardo é quase árvore.
Silêncio dele é tão alto que os passarinhos ouvem
de longe.
E vêm pousar em meu ombro.
Seu olho renova as tardes.
Guarda num velho baú seus instrumentos de
trabalho:
1 abridor de amanhecer
1 prego de farfalha
1 encolhedor de rios - e
1 esticador de horizontes.
(...)
Bernardo desregula a natureza:
Seu olho aumenta o poente.(...)
Manoel de Barros, O Livro das Ignorãças
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