terça-feira, abril 12, 2011

Ando na fase da citação...



... o que talvez fique a milhas de qualquer uma das fases freudianas, mas é o que temos.


Retirei este texto de um blog desempoeirado que frequento, umas vezes aderindo, outras resmungando, mas sempre reconhecendo que, à sua maneira, é muito bom.


Fica aqui mais uma visão enunciativa do nosso...



Portugal


"Portugal e o Euro 2004. Portugal e as Scuts. Portugal e o Magalhães. Portugal e os ordenados dos gestores. Portugal vendida como uma puta de praias paradisíacas e campos de golf. Portugal e as “novas oportunidades”. Portugal e os ídolos, as Lyonces Viiktoryas, a idolatria dos cristianos e do novo-riquismo analfabeto e com interminável tempo de antena. Portugal e os seus pequenos líderes corruptos que se rastejam nos parlamentos, autarquias, campos de futebol, platôs de televisão sem limites, sem consequências, sem castigo. Portugal e o espólio da nossa identidade, com bandeiras patrocinadas por bancos, o hino como reclame publicitário, a História como passatempo de governantes ignorantes. Portugal e os ares de superioridade, esbanjando fortunas emprestadas, desperdiçando fundos que se nos confiaram para crescer, ser melhores, estar na linha da frente. Portugal e os tratados e as cimeiras e as passadeiras vermelhas para ditadores, déspotas regionais, vilõezecos com barris de petróleo. Portugal e o envelhecimento de um interior que vai da fronteira com Espanha até às portagens da ponte 25 de Abril. Portugal e os recibos verdes e o salário mínimo e a precariedade e um carro para cada membro da família e as férias de três semanas no Algarve e os maiores centros comerciais da Europa e cartões gold e bilhetes esgotados para qualquer concerto no Pavilhão Atlântico. Portugal e os sonhos de grandeza. Portugal e o resgate".

Sem comentários: