terça-feira, janeiro 11, 2011

Diametralmente


Eu e o país andamos em fases diametralmente opostas, exceptuando talvez na área financeira com uma acrescida dificuldade da minha parte por não ter a oportunidade de aceder ao fundo europeu de apoio financeiro e posteriormente ao FMI. Quero dizer com isto que 2011 começou confuso para Portugal, totalmente claro para mim. Uma semana de férias, caixotes e caixotes arrumados nos novos armários, uma casa inteira para organizar, aniversário e trabalho académico pelo meio, fizeram de mim a mulher mais metódica e produtiva de Portugal (uma espécie de relógio suíço alfacinha). E talvez também a mulher que mais horas assistiu à TV, desde a fantástica Nigella passando por mil debates, mais ou menos exaltados/idiotas, a umas séries maravilhosas. Mãos destruídas por acartar todas as bugigangas e pelo zapping constante resolvi parar um pouco e pensar nesta cacofonia de “experts e opinion makers” que nos assalta. Quase ninguém analisa nada, olham para o umbigo, insistem em não sair da redoma de preconceitos, defendem interesses, em última instância, económicos. Temos uma campanha eleitoral, um homicídio escandaloso, o melhor treinador de futebol do mundo, um governo que vive de aparências, um recibo de vencimentos angustiante, um pezinho a resvalar no precipício. Temos bom vinho embora seja um luxo bebermos as quantidades diárias de que precisamos para sobreviver. Temos também um clima óptimo. Pena que tenha chovido tanto ultimamente.

2 comentários:

Urso Polar disse...

Ainda bem que estás de regresso. E agora que tens tudo arrumado nos armários, fico à espera do vinho ;-)

Ouriço-Cacheiro disse...

está prometido!!!