Já fiz muitas coisas estúpidas. A imitar os filmes ou os filmes a imitarem-me a mim. Andei sem rumo para pôr as ideias no lugar, embalei-me sempre que estive triste, dei importância a quem nem repararia se estivesse sob efeito de dois copos de bom vinho tinto (que é quando sou melhor pessoa e mais inteligente). Faço muitas coisas estúpidas. Por vezes corro até ficar sem forças, vou frequentemente muito mais cedo para as chegadas do aeroporto ver pessoas abraçarem-se e beijarem-se e acreditarem que a partir daquele encontro começou uma vida nova ou se retomou uma outra dolorosamente suspensa. Não me lembro de ter passado alguém numa fila. Continuo a fazer muitas coisas estúpidas. Apanho sol demais. Uso o cartão de crédito. Mergulho mais fundo do que sou capaz, ignorando a pressão. Bebo chá muito forte e a escaldar. Indigno-me menos. Ando de carro todos os fins-de-semana. Tenho cada vez mais esperança. Sonho com sapatos. Ainda deixo que me partam o coração.
4 comentários:
Ena!, grande lista e a acabar em bom... ;)
Nos dias que correm *viver* realmente viver* é uma opção, porventura a mais difícil. Viver é isso tudo... NÃO VACILES! :D
E que a lista vá crescendo.
Jinhos.
Não é grande estar aqui. Dias rasos
e noites submersas, tudo muito fracturado.
Mas uma esperança faz-me extenso
acreditar torna-me intenso
- e é impressionante respirar.
Carlos Poças Falcão.
Lembrei-me disto, pronto.
Adoro as coisas de que te lembras!
Quem foi? Quem foi? Quantos são? Faz-se já uma espera!A mim ninguém me segura...
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