segunda-feira, outubro 19, 2009

Fada


Metropolitano de Lisboa, fim de tarde, hora de ponta:

- Olá Catarina!
- Olá… como sabes o meu nome?
- Sabes, eu sou uma fada e adivinho tudo (enquanto brincava no banco em frente, fazendo caretas para o seu boneco, reparei no nome bordado no bibe).
Espantada primeiro, desconfiada depois, resolveu testar.
- Olha a minha irmã é a Pochaontas e eu sou o quê?
- És a Branca de Neve (o boneco com que brincava era um dos sete anões).
Teve aí a certeza da minha natureza.
- Oh mãe! Ela é uma fada!
A mãe sorriu, cúmplice.
- Todas as fadas são boazinhas mãe?
- Algumas são outras não.
Pôs-se de pé, mãozitas em cima dos meus joelhos e bem esticada olhou-me nos olhos. Voltou-se para a mãe e disse:
- Mãe, esta é das boazinhas!

E assim fiquei tão estupidamente feliz que, distraída, depois de arrumar a varinha, batendo levemente as asas, saí na estação errada.

1 comentário:

Joana disse...

Que lindo! :))))))




Jinhos.