quarta-feira, maio 20, 2009

Bolas!

Em plena Baixa lisboeta ele, com um ar sonhador, fazia bolas de sabão gigantescas, desajeitadas, reluzentes. Esvoaçam por, sobre, entre quem passava apressado, naquele fim de tarde, na infindável ânsia de chegar. Paravam as crianças, corriam loucas atrás das bolas traquinas que lhes pregavam partidas. Parei eu também com vontade de correr atrás das bolas de sabão e das crianças. Dei por mim sentada num imenso anfiteatro, no terceiro ano do curso de Direito. Perguntavam-me numa prova oral, da hedionda cadeira de Direitos Reais (eu prefiro, sem dúvida, os Imaginários, os Impossíveis, os Inverosímeis), acerca do direito de propriedade das bolas de sabão. Sorri surpreendida pelo despropósito e não respondi a mais nada. Fiquei a pensar em tudo aquilo que, para além das bolas de sabão, nunca me quererei apropriar. Fiz, como é meu hábito, uma lista: senti, ordenei, decorei. Chumbei pela primeira vez. Mas valeu a pena porque a lista, essa, ainda cá canta - embora com escassas adendas e pequenas (in)correcções.

1 comentário:

Joana disse...

Ehehehe! Que bonito! :)))))))))))

Desapegada, a menina! Depreendo então que é uma pessoa feliz. :))) (Fará pelo menos depender a sua felicidade do que leva dentro e não de algo adquirível fora...)

Já aqui a amiga aposto que faria um brilharete :P em Direitos Reais, a única coisa de Direito que andei há tempos a farejar para a tese, só eu, who else?!, para escrever tese sobre a Posse...

:) ou :( nem sei.

Jinhos. :D