terça-feira, setembro 25, 2007

Ode a um amor perfeito

Queria dar-te. Quase tudo. Carinho, frases, lugares que desconheces mas que já gostas, presentes de criança… Queria dar-me porque sei que sabes receber, tiras o papel com cuidado e guardas-me aí dentro como se de um precioso tesouro se tratasse.
Queria desenhar em nós horas que são sonhos, sorrisos que são “estórias” de encantar e mãos que têm na ponta dos dedos dias de sol ou de chuva.
Queria que me adivinhasses em cada gesto e que deixasses escrever-te em cada linha.
Queria que morasses em mim como a esperança de encontrar quem me sabe de cor. Queria, por fim, depois da tempestade, ter a coragem de não fazer a mala à pressa e partir, de ficar e dar-te os meus livros, os meus filmes, as minhas memórias, os meus amigos… de ficar a embalar todas as tuas dores e alegrias, adormeceres nos meus braços e eu adormecer-me em ti.

4 comentários:

Unknown disse...

A perfeição

O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.

O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.

O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.

Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.



Clarice Lispector


Boo

Fora de mão disse...

Queria... saber escrever assim.
Muito, muito bonito.
Beijo grande

Nanny disse...

Que apaixonada!
Lindoooo

Beijinhos

Mad disse...

Fantástico texto, vindo com certeza de um coração igual. Parabéns.