terça-feira, fevereiro 20, 2007

Eusoutuetueu












Lia ontem, na livraria do costume, esta pequena história cheia de sabedoria oriental. Fala sobre a dificuldade que todos temos de sair de nós e encontrar o outro e sermos, nessa árdua tarefa, correspondidos. Talvez por isso vivemos na era da solidão.

Numa aldeia da China profunda um jovem enamorado resolve ir visitar a sua amada que sabe que o corresponda naquele amor. Assim, chega a casa dela e bate à porta.
Quem é ? – pergunta a jovem.
Sou eu. – responde o jovem enamorado.
Ela entristece-se com a resposta e pede-lhe que vá meditar sobre ela para a floresta.
O amor tem destas coisas e o jovem lá foi meio baralhado e triste por ter de alguma forma magoado a sua amada.
Uns meses depois sentiu-se preparado, voltou a bater-lhe à porta.
Quem é? – pergunta a jovem.
Sou tu – responde o jovem enamorado sabiamente.

E por isso vos digo, à boa maneira ocidental, que viveram felizes para sempre.

3 comentários:

Nanny disse...

:-)

Eu, se calhar, diria antes sou teu (não é engano, pus mesmo no masculino porque me referia à resposta do rapazinho).

Por bonito que possa parecer esse "sou tu" pode ser a alienação do eu (eh pá! tou muito filosófica hoje).

Resumindo: No amor não se deve perder a própria identidade, ao ponto de nos confundirmos com o outro ou com aquilo que não somos...

Esquece, não digo mais nada hoje!

Beijinho da gata

Ouriço-Cacheiro disse...

Sim, gata contestatária. Concordo contigo. Usava esta história para se falar daquela coisa matemática que se chama intercecção de conjuntos... coisa rara hoje em dia. Anular/alienar o "eu" nunca!

Nanny disse...

Andas muito desaparecida Ouriçita!

Faz-nos falta o nosso patrono (helder), não é?

Beijoca da gata