Devo ser um pouco tonto
porque às vezes dou por mim a falar sozinho
e digo coisas malucas,
digo nomes bonitos de miúdas e barcos
ou títulos de livros que ninguém escreveu.
Devo ser um pouco tonto.
Babo-me, grito e choro.
Os verbos absolutos enchem-me de ternura
e essas vogais soltas, inúteis, redondas,
que voam para nada,
elevam-me boquiaberto a não sei que gozos.
Sou feliz e, por isso, também um pouco tonto.
Gabriel Celaya
1 comentário:
E viva o "ser tonto", tomara esbarrarmos com muitos tontos por aí...e aprender a ser feliz.
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