Fico sentada aqui, em casa, sentada por aí a ler e a ouvir ecos deste novo sebastianismo com nome suburbano, essa surpresa que deifica, um homem ultraperiférico pela naturalidade, pela classe social, pela linhagem. Um homem ultraperiférico que pela vontade, pelo trabalho se transforma, em quase duas décadas, no Homem Central. O que tem tudo e pode tudo, o predestinado que afastará pragas e maus-olhados marcando, sozinho, golos atrás de golos, chutando as nossas frustrações bem para o fundo da baliza, dúvidas ao poste, baixa auto estima fora de jogo. Se falhar, falha sozinho, a admissibilidade do erro humano não cabe nos super poderes atribuídos, se falhar será lembrado pela ostentação, pelo gel pastoso, pela fragilidade das relações, pela família XXL, pelo fiasco, pela traição. Ninguém tão cedo lhe segurará o manto, lhe arreará o cavalo, ninguém, tão cedo, o deixará entrar, mesmo que ele quisesse, neste denso banco de nevoeiro que é, por estes dias, o nosso pobre e alucinado país.