Sete andares abaixo. Acorda a tempo de um último olhar sobre a romãzeira, antes que o fecho percorresse aquele saco. Sete andares abaixo. Mirones, o quintal da D. Fernanda, especulações sobre amor e dinheiro, senhores com coletes florescentes desenvoltos nas competentes tarefas. Sete andares acima. Uma janela aberta. Trinta anos de poucos dias preenchidos e de outros, muitos outros, em busca. Sete andares acima. Uma porta arrombada. Um adeus sobre a mesa, livros pelo chão em pequenas pilhas amarrados a fita de cetim vermelho, etiquetados com nomes de quem amou. Um copo vazio de tudo. Sete andares abaixo. Adormece, por fim, sereno. Romãzeira no olhar, sem memória de prantos, sem ânsia de busca. Seja assim, entre sete andares, feita a sua vontade.
Sem comentários:
Enviar um comentário