Estar doente – deitada dias a fio sem conseguir fazer absolutamente nada, excepto zapping - faz com que descubramos coisas espantosas: os programas dos canais generalistas que têm início por volta das 10h e terminam algures antes do telejornal das 20h. O público-alvo é os idosos, as donas de casa e todos os que tenham o infortúnio de abrir a televisão. Pela manhã temos brejeirice, drama – numa semana houve testemunhos de quase todas as doenças raras que existem catalogadas – os fatos do Goucha – uma mistura perfeita de reposteiro do S. Carlos e de colcha de patchwork da minha avó – e… o Cláudio Ramos, para o qual não arranjo, ainda, adjectivos. De tarde temos a Júlia ensurdecedora, o João Baião e os seus pulos – surpreendentemente o mais (in) suportável – e … o José Castelo Branco que é pago a peso de ouro – estou certa – para demonstrar diariamente o quanto é burro e mal formado.
Agora que estamos na era das contas, contabilizemos quanto o Sistema Nacional de Saúde gasta no tratamento das depressões profundas que a programação televisiva diurna causa no seu público alvo, levando-os, estou certa, à absoluta apatia, à dependência de ben-u-ron para combater a constante dor de cabeça, às agressões inusitadas ao próximo. Se a tudo isto lhes juntarmos um “24 horas” e uma “Maria” tentativas desesperadas de suicídio aumentarão significativamente. Agora entendo os resistentes da Nação que passeiam compulsivamente de autocarro com o seu passe-idoso, o luxo permitido, as que tomam chá, tarde atrás de tarde, com as amigas de sempre no café da esquina ou os que organizam entusiasticamente campeonatos diários de sueca nos jardins da cidade. Para eles toda a minha admiração.
Agora que estamos na era das contas, contabilizemos quanto o Sistema Nacional de Saúde gasta no tratamento das depressões profundas que a programação televisiva diurna causa no seu público alvo, levando-os, estou certa, à absoluta apatia, à dependência de ben-u-ron para combater a constante dor de cabeça, às agressões inusitadas ao próximo. Se a tudo isto lhes juntarmos um “24 horas” e uma “Maria” tentativas desesperadas de suicídio aumentarão significativamente. Agora entendo os resistentes da Nação que passeiam compulsivamente de autocarro com o seu passe-idoso, o luxo permitido, as que tomam chá, tarde atrás de tarde, com as amigas de sempre no café da esquina ou os que organizam entusiasticamente campeonatos diários de sueca nos jardins da cidade. Para eles toda a minha admiração.
6 comentários:
E porque não ler antes um belo livro? Claro que se estiveres constipada as folhas poderão ficar um bocado coladas, mas mesmo assim será preferível à televisão!
Beijoca e as melhoras!
apesar da programação da TV não ser a melhor, não deves sair de casa!
As melhoras...
As melhoras, e que não te saltem os picos. Quanto À tv, felizmente inventaram o DVD e as séries de televisão nesse formato. Que tal, doente em casa, papar uns vinte episódios de uma série das boas? Tenho para empréstimo, sempre que precisares. :o)
Recebi no Natal a colecção completa do sex in the city... queres??? :)))
As melhoras!
"Sex in the city"... que sorte! Hoje já tou (quase) boa (leia-se já estou a trabalhar).
É absolutamente estarrecedor o que passa na TV. O meu "futuro-ex-sogro", um tipo algo alucinado mas deliciosamente diferente, não vê televisão. A lá de casa só serve para ver filmes antigos e os programas do José Hermano Saraiva. Cada vez mais lhe dou razão!
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