No meu quarto de brinquedos, enquando torturava bonecas com modas inovadoras e pintava as paredes até onde conseguia, ouvia ao fundo aquelas músicas, vinham do rádio da cozinha, vinham do canto da minha mãe enquanto cuidava de tudo e de todos. Agora sei que muitas vezes era o Ary que estava por detrás daqueles dias felizes com palavras que demorei a compreender mas que aldrabava só para a fazer sorrir entre uma roupa engomada e um bolo delicioso. Talvez seja por isso que adoro laranjas e cavalos à solta e tardes que entardecem e anoitecem e serenamente esperam o amanhecer. Depois entendi também o Ary quando escreveu o verso "não sei se és a alegria ou se és a tristeza, meu amor, meu amor eu não tenho a certeza" mas isto só vou conseguir explicar quando publicar o meu primeiro romance.
(comprem ou simplesmente oiçam "Rua da Saudade", cantam Ary a Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozetti )
terça-feira, janeiro 26, 2010
À solta
sexta-feira, janeiro 22, 2010
LX-RJ-LX
Vendedor de chapéus -Praia de Copacabana - RJ (Foto de Flávio Damn)
Recebo mails e fotos e música e novidades dos meus amigos cariocas. Verão infernal, violência infernal, trabalho semi-infernal, um pé na praia, uma mão no portátil, olhos no mar. Uma passeio no calçadão ou na lagoa no final da tarde, emprego para trás, alegria toda pela frente num copo de cerveja e num papo animado. Tudo é intenso, tudo cheira a tudo, tudo é estridente, o mar, as conversas dos caras e das garotas, as buzinas, as pequenas batucadas de esquina, as sirenes ao fundo a caminho do morro, o marketing poético do senhor do quiosque da água de côco. Somos irmãos mas por adopção, falamos a mesma língua mas nem sempre nos entendemos. Eles são despudorada e surpreendentemente felizes e eu, em mais um dia cinzento e húmido, invejo-os como nunca.
quarta-feira, janeiro 20, 2010
NY Best Of (por fim, por último e não necessariamente por esta ordem)
- A cidade, as ruas, os táxis,os jardins, o rio, as pessoas... absoluta sensação familiar, já vimos tudo tantas vezes em tantos filmes, em tantas séries, é reconfortante, estamos mesmo em casa;
- Das lojas de doces às lojas de lingerie passando pelas hiper livrarias e pelo frenesim saudável que rodeia tudo isto;
- O MOMA e a exposição sobre o Tim Burton com guarda roupa e maquetes dos seus filmes (a loucura!!!!);
- O ano novo entre o Times Square e o Central Park com manifestações contínuas de partilha de quem me rodeava, os famosos papelinhos que pairaram durante dias e dias;
- O passeio a Staten Island e a subida ao Empire;
- A facilidade de comunicação dos nova iorquinos inacreditavelmente solidários;
- O kitsch do extenso corpo policial... eles existem mesmo, têm aquele tamanho e aquela atitude ( e os turistas adoram pedir-lhes para que com eles tirem uma fotografia !?);
- A neve no Central Park vista da varanda da cafetaria do Guggenheim;
- A descoberta de restaurantes onde (quase) não vão os turistas (obrigada guia da Time Out e dicas de quase autóctones... muito preciosas);
- Os conhaques em pacote gentilmente cedidos pelas senhoras hospedeiras da TAP a passageiros mariquinhas em voos transatlânticos (não canso de referir).
Post Inútil
terça-feira, janeiro 19, 2010
segunda-feira, janeiro 11, 2010
Lições
A fronteira dos EUA é , em muitos sentidos, intransponível. Isso pode ser divertido, assustador, tentador, desafiador, exasperante.
A última lição aprendida na viagem a Nova Iorque:
Dois conhaques (de pacote!) acordam o efeito (retardado) dos calmantes, apagam o pânico de voar e trazem diversão a um longo documentário sobre a vida de Amália.
terça-feira, janeiro 05, 2010
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