A intuição foi fazer a sua manutenção anual e um excepcional up-grade (faltavam-lhe algumas peças de origem, suponho) e, em despacho conjunto com o olfacto, comunicou-me que, embora não pareça, há algumas coisas que vão mudar... Cheira-me!
quinta-feira, agosto 28, 2008
quarta-feira, agosto 27, 2008
Sem medida
Reparei que tudo nos faz crer que o amor é mensurável, a quantidade de beijos que se dá, o tamanho da cauda do vestido de noiva, o valor do presente de aniversário, o quilate do diamante incrustado, o número de vezes que o telefone toca. Há assim amores que se medem aos palmos, de palmo e meio, de meio palmo… Amores avessos à imensidão, à liberdade, às mãos abertas e ao sorriso franco. Amores que se esquecem no banco do autocarro, no papel de embrulho no lixo, numa chave abandonada na caixa do correio. Amores que nascem de um cartão de visita pomposo, de uma farsa encenada ao pormenor, da pintura cuidadosa de máscaras inúteis. Amores de que todos falam, medem, pesam, elogiam ou criticam, que espantam, desiludem, deslumbram. Sempre soube que não fui feita à medida para o amor mensurável, não cabe em mim, magoa-me nas esquinas, inunda-me os olhos, estrangula o coração. O outro, incondicional, imenso, raro, cabe na perfeição na palma de cada mão e faz-me sempre desmesuradamente feliz.
segunda-feira, agosto 18, 2008
E nove meses (ou 40 semanas, ou 38 ou 42... entendam-se!) depois ...
Hoje descobri que só faltam cinco semanas para a sobrinha nascer. Correcção: podem faltar (pode nascer daqui a três semanas ou daqui a sete, se bem percebi a explicação técnica). Ainda não comprei a fatiota (a tia Ouriça tem de estar apresentável para causar uma boa primeira impressão) nem preparei o discurso que deverá ser curto (devido à ainda baixa capacidade de concentração), e evasivo (não lhe posso explicar já um monte de coisas que ela, de qualquer maneira nunca quereria saber, adiemos o momento então...) mas muito caloroso para perceber o quanto (já) dela tenho saudades!
terça-feira, agosto 12, 2008
quinta-feira, agosto 07, 2008
Vá lá, admitam a minha República Autónoma também, vale a pena!
PETIÇÃO DA R.A.S.A. ÀS NAÇÕES UNIDAS
Eu, Sándor András, República Autónoma, solicito
ser admitido entre as grandes potências,
uma vez que todos me enganaram até à última,
e quero por fim representar-me a mim mesmo.
Deixei plantados todos os blocos
que apregoavam altissonantes que eu por eles
daria, feliz, a minha própria vida.
E agora apresento-me: sou a turba e o indivíduo,
ou seja, a maior entre as maiores potências;
a terra é um tabuleiro de xadrez vazio,
onde sem mim não há jogo,
porque sou ambas as equipas adversárias:
neste mundo burlão, sou o meu próprio inimigo,
que me agarro, infame, pela garganta.
Não tenho nem avião, nem bombas,
nem foguetes, nem mísseis, nem armada atómica:
a minha república só armazena desejos tradicionais,
e sei que quem não está comigo, não é por isso meu inimigo.
Basta, já estou farto que ninguém me explique,
com a seriedade de uma baioneta, o que quero eu,
isto ou aquilo; confesso que ambas as coisas em geral,
a mim os anjos não me fizeram brilhar a alma.
Procuro-me a mim mesmo, assim vive a minha república,
valente em equivocar-se e livre para atrever-se.
Solicito que me admitam entre as potências,
ou então, não contem comigo no futuro.
Sándor András
sexta-feira, agosto 01, 2008
Nem mais um artigo inconstitucional para os Açores
O nosso Presidente resolveu então pronunciar-se sobre questões relacionadas com os Açores, virando assim todo o seu discurso para preocupações de ordem internacional. Só não esclareceu se o Acordo Ortográfico também será ratificado por aquele país que já teve como língua oficial o português, logo a seguir à sua colonização, no séc. XV.
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